ATA DA SÉTIMA SESSÃO ORDINÁRIA DA SEXTA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA NONA LEGISLATURA, EM 24.03.1988.

 

 

Aos vinte e quatro dias do mês de março do ano de mil novecentos e oitenta e oito, reuniu-se, na Sala de Sessões do Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre, em sua Sétima Sessão Ordinária da Sexta Sessão Legislativa Ordinária da Nona Legislatura. Às quatorze horas e quinze minutos, constatada a existência de “quorum”, o Sr. Presidente declarou abertos os trabalhos e determinou que fossem distribuídas em avulsos cópias da Ata da Sexta Sessão Ordinária, que deixou de ser votada em face da inexistência de “quorum”. À MESA foram encaminhados: pelo Ver. Artur Zanella, 01 Pedido de Providência, solicitando que seja estudada a possibilidade de serem abertos retornos na Av. Silva Só e continuação da Av. Perimetral (também chamada São Manoel), conforme planta em anexo ao Pedido; pela Verª Gladis Mantelli, 01 Pedido de Providências, solicitando conserto do esgoto localizado na Rua Olavo Barreto Viana, no trecho compreendido entre a Av. Vinte e Quatro de Outubro e a Rua Félix da Cunha. Do EXPEDIENTE constaram: Ofícios nºs 01/08, da Comissão Especial constituída para examinar o Projeto de Lei Complementar do Executivo n.º 04/83; 01/88, da Comissão Especial constituída para examinar o Projeto de Lei Complementar do Legislativo n.º 64/87; 03/88, da Comissão Especial constituída para examinar o Projeto de Lei Complementar do Legislativo n.º 10/87; 02/88, do Instituto dos Advogados do Rio Grande do Sul; Ofício-Circular n.º 01/88, do 6º Congresso Florestal Estadual. Em COMUNICAÇÕES, o Ver. Flávio Coulon falou acerca da homenagem realizada, esta manhã, em memória do Jornalista Maurício Sirostky Sobrinho, esclarecendo os motivos pelos quais não pode comparecer à mesma e ratificando os pronunciamentos ali realizados. Disse ter recebido uma comissão de mães da Creche “Tio Barnabé”, de municipários, comentando denúncias feitas por esse grupo, relativos à falta de recursos materiais e humanos no local. Analisou a necessidade de que o Pref. Alceu Collares se ocupe também com as creches municipais já existentes e não dirija sua atenção, nessa área, apenas para grandes projetos para o futuro. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Ver. Artur Zanella solicitou que a Comissão de Saúde e Meio Ambiente da Casa discuta medidas da Secretaria Estadual de Saúde, quanto ao Hospital Psiquiátrico São Pedro, como a demissão de funcionários e a proposta de demolição do prédio onde funciona esse hospital, com a transferência dos pacientes para outros locais. Teceu comentários acerca de abertura de concorrência pública, pelo Governo Estadual, com vistas a contratação de pessoal para a feitura de projetos para recuperação do Hospital Psiquiátrico São Pedro, salientando que os recursos a serem usados na contratação desse pessoal provêm de doações feitas por populares e para o fato de que o Estado possui, em seu quadro funcional, técnicos com perfeitas condições de elaborarem esses projetos. Ainda em COMUNICAÇÕES, o Ver. Frederico Barbosa discorreu sobre homenagem realizada, esta manhã, em memória do Jornalista Maurício Sirostky Sobrinho. Disse que encaminhará à Casa, projeto para a instituição do Prêmio Jornalístico Maurício Sirostky Sobrinho, que visa homenagear pessoas que tenham se destacado na área da Comunicação. O Ver . Nilton Comin falou sobre o recolhimento do lixo sanitário em Porto Alegre, salientando o grande volume desse lixo que é diariamente produzido e atentando para o perigo que representa a mistura do lixo doméstico com o sanitário. Solicitou discussões da Comissão de Saúde e Meio Ambiente da Casa, para que possa ser criada uma legislação concreta e eficiente para a questão. O Ver. Lauro Hagemann falou sobre a aprovação, ano passado, do orçamento municipal para este ano, destacando a aprovação, juntamente, de aumentos nas tarifas públicas municipais. Analisou o aumento, votado na ocasião, da tarifa do DMAE, salientando várias queixas que vêm recebendo de porto-alegrenses, acerca dos valores excessivamente majorados de suas contas de água. Solicitou à Diretoria do DMAE que busque averiguar as causas desses aumentos. O Ver. Adão Eliseu reportou-se a pronunciamento feito, anteriormente, pelo Ver. Kenny Braga, acerca dos problemas enfrentados pelo Corpo de Bombeiros da Brigada Militar, em especial quanto à falta de recursos humanos e materiais, o que tem impedido um atendimento eficaz da população. Disse estar elaborando projeto para criação de uma taxa de prevenção de incêndios, com o objetivo de angariar recursos para essa corporação. E o Ver. Pedro Ruas falou sobre o pronunciamento, de hoje, do Ver. Adão Eliseu, acerca de elaboração de projeto criando uma taxa de prevenção de incêndios, concordando com a idéia apresentada por S. Exa. Declarou ter recebido, de várias cidades, pedidos de cópias da Lei de sua autoria, conhecida como a “Lei do Troco” e congratulou-se com o Dep. Est. Sérgio Zambiasi, pela apresentação, na Assembléia Legislativa, de um projeto semelhante, com relação aos ônibus intermunicipais. Criticou a atuação do Governo Federal, declarando estarem as prioridades do atual Governo baseadas em pontos que não refletem as necessidade básicas da população. Ainda em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Ver. Adão Eliseu comentou o transcurso, ontem, do aniversário do Prof. Dante de Laytano, lendo crônica do Jorn. Sérgio da Costa Franco, publicada no Jornal Zero Hora, onde é destacado o trabalho do Prof. Dante de Laytano em prol da história e da cultura brasileira. O Ver. Hermes Dutra comentou a proibição, pelo Governo Federal, de cobrança, em escolas particulares, de mensalidades baseadas nos aumentos da OTN, congratulando-se com essa medida. Analisou o sistema de ensino do Estado, onde a precariedade do ensino público tem levado muitos pais a colocarem seus filhos em escolas particulares. Criticou o Executivo Estadual pela forma como vem atuando junto ao setor educacional. Solicitou providências do Executivo Municipal a fim de que possa ser solucionado o problema da iluminação pública em Porto Alegre. E o Ver. Flávio Coulon discorreu sobre o pronunciamento do Ver. Hermes Dutra, de hoje, acerca do problema de iluminação pública em Porto Alegre e das dificuldades enfrentadas pelo ensino no Estado. Teceu comentários sobre as interdições efetuadas pelo Executivo Municipal em escolas públicas estaduais, atentando para os problemas que essa situação ocasionou e declarando terem, essas interdições, em fundo mais político que social. Nada mais havendo a tratar, o Sr. Presidente levantou os trabalhos às dezesseis horas e dois minutos, convocando os Senhores Vereadores para as Reuniões das Comissões Permanentes, a seguir, e convidando-os para a Sessão Solene a ser realizada às dezessete horas, destinada à entrega do Título Honorífico de Cidadão Emérito ao Sr. Fernando Jorge Schneider. Os trabalhos foram presididos pelos Vereadores Frederico Barbosa, Lauro Hagemann e Jorge Goularte, o último nos termos do §3o do art. 11 do Regimento Interno, e secretariados pelos Vereadores Gladis Mantelli e Lauro Hagemann. Do que eu, Gladis Mantelli, 1ª Secretária, determinei fosse lavrada a presente Ata que, após lida e provada, será assinada pelo Sr. Presidente e por mim.

 

 

O SR. PRESIDENTE (Jorge Goularte): Passamos às

 

COMUNICAÇÕES

 

Com a palavra, o Ver. Flávio Coulon por cedência de tempo do Ver. Luiz Braz, que transpôs seu tempo com o Ver. Nilton Comin.

 

O SR. FLÁVIO COULON: Sr. Presidente e Srs. Vereadores. Em primeiro lugar, Sr. Presidente e Srs. Vereadores, gostaríamos de justificar a ausência da liderança da Bancada do PMDB na justa homenagem que foi prestada hoje, pela manhã, ao jornalista Maurício Sirostky uma vez que era nossa intenção, depois de cumprido os nossos compromissos na Universidade Federal do Rio Grande do Sul, nos fazermos presentes nesta homenagem. Infelizmente não houve condições de encerrar a aula antes do horário pré-estabelecido, razão porque o PMDB ratifica neste momento todas as palavras de carinho de saudade de homenagem que foram proferidas nessa cerimônia da qual tivemos conhecimento, uma cerimônia saudosa, emotiva e acima de tudo justa a este grande homem público da cidade de Porto Alegre, do Estado do Rio grande do Sul e da Nação brasileira.

Na semana passada li nos jornais que o Sr. Prefeito e a Sra. Secretária da Educação Municipal haviam lançado, com todo o aparato comunicativo, as primeiras obras do Projeto Casa da Criança; projeto, diga-se de passagem, cuja demagogia eleitoreira e distorções não cansamos de denunciar desta tribuna.

Ao mesmo tempo em que lia nos jornais essa notícia, recebia em meu gabinete uma comissão de mães da Creche dos Municipários Tio Barnabé que me vieram trazer um relato da situação daquela creche, relato esse que da uma idéia precisa da hipocrisia da administração socialista bronzeada do PDT que, irresponsavelmente, não atende o presente mas aposta na criação de ilusões para o futuro e na exploração do pouco discernimento das classes menos favorecidas.

Alinharei, sem comentários maiores, algumas das informações das mães, funcionárias municipais, que deixam seus filhos na creche inaugurada pela administração Collares, em 25 de março de 1987.

1.   Existem turmas com quase 30 crianças, como o Maternal II, que abriga crianças de 3 a 4 anos, atendidas pelo pessoal disponível no momento, se existir: cozinheiras, auxiliares de cozinha, etc.

Em vista desse desvio de função, a limpeza da creche fica em segundo plano sendo comum se notar banheiros sujos, lixo acumulado, louça sem lavar etc. sendo também comum iniciar-se o dia com a creche suja, sendo a limpeza já com as crianças dentro das salas.

- A cozinha apresenta deficiências operacionais como falta de pessoal, como falta de pessoal, de fogão industrial, falta de exaustores, deficiência de equipamentos de refrigeração de alimentos etc.

- A sala do Berçário I é muito pequena e terrivelmente quente.

- Não existe vestiário para os funcionários e nem chuveiros que lhes permitam um banho no final de expediente.

O espaço que poderia ser ocupado, ainda que precariamente, como vestiário para os funcionários, está sendo ocupada pelos pertences de um operário da SMT, de nome Edmundo Flores, que, segundo as mães, é doente mental, já tendo sido internado por duas vezes em estabelecimento psiquiátrico para tratamento, sendo que o mesmo tem entrada livre nas dependências da Creche, por ser lotado na mesma como zelador e ter todas as chaves da mesma. Essa pessoa é do tipo agressivo e sua entrada só pode ser proibida pelo Secretário Municipal da Saúde que já conhece a situação e não tomou, até o momento, nenhuma providência.

A responsabilidade pela segurança das crianças passa a ser, publicamente, do Dr. Olímpio Albrecht.

- Não existe sombra no pátio da creche e nem se fala em a SMAM providenciar a plantação de árvores

- Existem problemas na rede hidráulica, o que acarreta freqüente falta de água; existe dias em que somente um sanitário pode ser usado ou por não funcionarem as descargas ou por entupimentos.

- A creche necessita de telefone pois fica sem qualquer comunicação rápida.

- Há falta de medicamentos primários tais como para febres, queimaduras, assaduras etc. bem como deficiência de pessoal da área da saúde.

- Existe uma evidente má vontade, fruto da grande antipatia que nutre pela Creche, por parte do Sr. Secretário Municipal da Saúde, relacionada, segundo informam, com o movimento grevista dos municipários.

Devo chamar a atenção de que dessa antipatia nada tem a ver as pobres crianças, vítimas inocentes dos humores do Sr. Secretário.

Essas são as queixas principais pinçadas entre muitas outras que existem.

Fico pensando em como a Prefeitura Municipal pretende fazer com que as Casas da Criança, tão faladas e cantadas, não se transformem em meros depósitos de crianças como hoje é a Creche Dos Municipários Tio Barnabé.

Será que o descaso com essa creche é apenas um problema de represália aos municipários ou se repetirão os problemas nas Casas da Criança?

Finalizando, afirmo que, depois de visitar algumas creches que estão sendo construídas em vilas da cidade, em regime de mutirão, onde as crianças serão cuidadas por “tias” da própria comunidade sob a supervisão de técnicos especializados e de constatar o que ocorre na Creche Tio Barnabé já não tenho qualquer tipo de dúvida em relação ao acerto do posicionamento daqueles que se colocarem, como eu, contra as Casas da Criança: esses projetos megalômanos, paternalistas, eleitoreiros, não têm chances de se tornarem viáveis e, passada a euforia da inauguração solene e do empolgamento inicial da comunidade, virão, para os sucessores de Collares, os problemas quase insolúveis provocados pela irresponsabilidade com que se efetivam esses projetos abomináveis.

Eram estas as considerações que gostaria de fazer, Sr. Presidente e Srs. Vereadores a respeito deste tema “Creche dos Municipários Tio Barnabé”, que segundo os Senhores puderam constatar, está em situação de grande deficiência, quer por falta de atenção da Secretaria Municipal de Educação, quer por falta de atenção, principalmente, da Secretaria Municipal de Saúde. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Com a palavra, pelo PFL, o Ver. Artur Zanella.

 

O SR. ARTUR ZANELLA: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, aproveitando a oportunidade que o Sr. Líder do PMDB, pelo que vejo, está preocupado com a saúde, queria que esta Casa, por intermédio da Sua Comissão de Saúde, presidida pelo Vereador Aranha Filho, também discutisse uma questão de saúde, que não sei se estão fazendo humor negro ou como disse há muitos anos uma pessoa que doente mental não dá voto. Mas recapitulando, eu tenho o recorte de jornal que encaminharei à Comissão de Saúde em que o Sr. Antenor Ferrari declara que não eram 30 ou 40 demitidos da saúde, que havia um equívoco, que ele tinha demitido 700 funcionários e 56 do Hospital São Pedro, porque tinha gente demais. Depois S. Exa. propôs junto ao Dr. Wilson Vargas da Silveira, a demolição do Hospital São Pedro, a construção ali de uma nova Cidade imobiliária e a transferência dos doentes mentais para um terreno qualquer da região metropolitana. Investiguei junto à Secretaria de Planejamento e nada havia, e o prédio era tombado. Mais adiante anuncia-se a dispensa, lá pela metade de abril, de cerca de 90 funcionários que lá atuam com convênio pela Fulgaste o que vai paralisar o hospital.

E mais ainda, Sr. Presidente, Srs. Vereadores, e a Bancada do PMDB, que eu vejo que gostam de tratar assuntos de saúde, Ver. Nilton Comin, também um especialista, o Estado neste momento procura, ao que consta, acabar com os técnicos científicos, por que alega que tem técnicos demais. Enquanto os funcionários comuns receberam 50% de aumento, 37%, os técnicos científico receberam 11%, 907%, sob a alegação que tem técnicos demais e não fazem nada. Mas pasmem os Senhores, a Secretaria de Saúde do Estado há 2 dias atrás abriu uma concorrência pública para contratar empresas de fora do governo do Estado, pagando a esses funcionários, arquitetos, engenheiros, para fazer os projetos de engenharia do Hospital, sem entregar aos técnicos científicos do Estado. E mais ainda, Sr. Presidente, Srs. Vereadores, o dinheiro para pagar essas empresas, que não é de funcionários é o dinheiro doado pela população para salvar o São Pedro, com alimentos, agasalhos, e etc., - para fazer o Projeto, não é para obras, não é para alimentos, não é para remédios. Tudo aquilo que nós vimos na televisão, o Sr. Governador, quase chorando, e a Secretaria de Saúde do Estado vai pegar o dinheiro da população, está no Edital, para fazer os Projetos quando estão sobrando técnicos e funcionários do Estado. Tenho certeza que a União dos Técnicos Científicos, gratuitamente, se propõem tal tipo de Projeto. E se não tiverem, a nossa Bancada consegue pessoas para fazerem projetos gratuitamente para o São Pedro. E mais ainda, Sr. Presidente, escutei uma entrevista do Sr. Governador do Estado na qual S. Exa. dizia, e saiu isto na Zero Hora, se não me engano, que o Sr. Secretário da Saúde  estava pedindo dispensa de licitação para fazer obras, por que tinha pressa. Quer dizer, um ano depois do Governador ter se iniciado. Quase um ano depois do início desta Campanha, se pede dispensa para licitação. Eu comunico que, se ocorrer isso, nós encaminharemos o caso ao Tribunal de Contas, porque existe tempo suficiente para fazer uma licitação que, se for por convite, não demora mais que 15, 20 dias e tomada de preços não decorre mais que 30 dias.

Isso é uma irregularidade flagrante e desvio do dinheiro que os populares deram para o Governo do Estado só tomar conta, mas para usar na recuperação do Hospital São Pedro, e a verba, repito, vai ser gasta em empresas de engenharia. E mais ainda, pode ser que eu esteja enganado, mas procurei no Jornal Zero Hora para ver se encontrava esse Edital e não encontrei. Saiu somente num jornal, no Correio do Povo, que tem uma grande tiragem, mas no jornal que tem a maior tiragem, que é a Zero Hora, eu não encontrei este Edital.

Então, eu deixo aqui para a Bancada do PMDB levar a quem de direito estas informações e solicito ao Presidente da Comissão de Saúde que também, como já fez em outras oportunidades, trouxesse as pessoas certas para discutirem aqui este assunto. E eu me comprometo a trazer os técnicos-científicos do Estado, que estão dispostos a fazer gratuitamente esses Projetos, sem utilizarem o dinheiro do povo.

 

O Sr. Flávio Coulon: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.) Solicito cópia do pronunciamento de V. Exa.

 

O SR. ARTUR ZANELLA: Encaminharei a cópia, com algumas revisões gramaticais, somente. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Com a palavra, o Ver. Nilton Comin, que inverte o seu tempo com este Vereador, e este Vereador o cede ao Ver. Frederico Barbosa.

 

O SR. FREDERICO BARBOSA: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, Porto Alegre, hoje, assiste a passagem de mais uma data, e mais um ano de falecimento de Maurício Sirotsky Sobrinho. Hoje, pela manhã, a Casa compareceu, com grande parte de seus Vereadores, à inauguração do busto de Maurício Sirotsky Sobrinho que, colocado no Parque que hoje teu o seu nome, através do inteligente Projeto do companheiro Líder do PL nesta Casa, Ver. Jorge Goularte, coloca a figura, o busto deste ilustre homem público, deste ilustre jornalista e deste ilustre empresário a olhar a cidade de Porto Alegre. Com grande emoção, se ouviu os representantes da família, através de Nélson Sirotsky, seu filho, e Jayme Sirotsky, seu irmão, hoje Presidente da RBS, exatamente no local que reúne todos os itens e dados que agradavam a Maurício, durante a sua vida nesta terra: o sol, o verde, ao lado do Galpão com nome de Carlos Nobre, e tantas outras coisas que Maurício, roubado deste convívio ainda muito cedo, gostava durante sua trajetória por esta Porto Alegre, que ele adotou. Nesta data estou entregando ao protocolo desta Casa, apoiado por todos os Vereadores desta Casa, no sentido do encaminhamento deste Projeto de Resolução, à instituição, caso este plenário venha a aprovar o Prêmio Jornalístico Maurício Sirotsky Sobrinho, a ser concedido anualmente.

E gostaria, Sr. Presidente e Srs. Vereadores, nesta oportunidade, de deixar absolutamente claro o que está constando da exposição de motivos sucinta deste Projeto, acrescida, hoje, dos excelentes dados fornecidos pela página 5 de “Zero Hora”, a respeito da vida deste que começou trabalhando pesado e, ao falecer, era o Presidente da RBS, orgulho e honra da cidade de Porto Alegre, do Rio Grande e do País. Este Projeto de Resolução tem por fim homenagear pessoas que tenham se destacado em suas áreas de atuação, estando já consagrado, como esta Casa já consagrou, em outras áreas, o Prêmio Literário Érico Veríssimo, o Prêmio Lupicínio Rodrigues, o Prêmio de Teatro Qorpo Santo e, recentemente, tramitando nesta Casa o Projeto que, certamente, dará o título de Glênio Peres a um prêmio para a melhor poesia sobre Porto Alegre. Este prêmio que hoje estou protocolando com o Projeto de Resolução tem como objetivo homenagear e premiar a classe jornalística, no trabalho que desenvolve, principalmente, no que se refere à divulgação de nossa Cidade, bem como à discussão e análise dos problemas nela vivenciados.

Como segundo item, a Câmara poderia, se assim achasse necessário, fazer com que o prêmio fosse julgado por todos nós, ou somente pelo gabinete de Imprensa da Câmara. Mas o projeto traz, e é submetida ao Plenário, para correção, crítica, ou aprovação, a idéia e o espírito de abrir para que entidades ligadas à área que estamos tratando, ou seja, do Jornalismo, julguem, para que a Câmara conceda então o prêmio que, se aprovado, terá o nome de Maurício Sirotsky Sobrinho e será simbolizado com a entrega, numa Sessão anual, de um diploma que terá, de um lado, as armas de Porto Alegre e, do outro, a figura de Maurício Sirotsky Sobrinho. Esta é a idéia. Num primeiro momento, pensamos em nominar algumas entidades para compor este corpo de jurados da melhor reportagem sobre Porto Alegre, mas resolvemos, de comum acordo com uma série de Vereadores, e tenho certeza de que com todos os Vereadores, com os quais, a partir de agora, exponho a idéia, abrir para que a Câmara convide uma série de entidades, e as entidades que assim aceitarem, participem desse trabalho de julgamento anual da melhor reportagem sobre a cidade de Porto Alegre, com o nome do prêmio de Maurício Sirotsky Sobrinho.

E, finalmente, terceiro item, o título a ser dado, os outros prêmios obtiveram o nome de ilustres figuras, Glênio Peres, tenho certeza será o prêmio Poesia; Érico Veríssimo, Prêmio Literário; Corpo Santo, Prêmio de teatro, pois escolhemos, ao batizarmos este prêmio, a lembrança de um jornalista empresário da área da comunicação, que soube muito bem representar por toda a sua vida profissional, a área em que atuou, que em todos os estágios pelos quais passou na sua atividade, soube honrar a sua profissão deixando marcado o seu trabalho e dedicação na própria imagem do jornalismo rio-grandense. Estes são, portanto, os três itens, homenagear a melhor reportagem e, por via de conseqüência, os jornalistas que tentam a cada dia e a cada hora apresentar melhores trabalhos pela cidade de Porto Alegre. Em segundo lugar, as faculdades que formam, na UFRGS e na PUC, jornalistas, sindicatos que assim acharem por bem participar, ou seja, um convite amplo a todos que desejam participar de um julgamento como este que desejamos fazer.

 

A Sra. Teresinha Igaray: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Frederico Barbosa, V. Exa. teve uma idéia brilhante, magnífica, e tenho certeza de que terá apoio e o respaldo de todos nesta Casa. Homenagear a figura de Maurício S. Sobrinho, de nosso querido e fraternal amigo, é um ato de justiça e lealdade, e todos nós gostaríamos de ter tido a idéia de V. Exa., de fazer o prêmio Maurício para o melhor jornalista, mesmo porque ele também homenageou esta Casa quando instituiu o prêmio “RBS por uma cidade mais nossa”, qualificando os Vereadores da Casa, em suas diversas categorias. Homenageá-lo é mais do que um sentimento fraternal de saudade para aquele que foi sempre e pessoalmente muito meu amigo e amigo de seus amigos. Acho que homenageá-lo não é só um ato político. É uma lembrança para aquele que tratou esta comunidade com muito amor, com muito carinho e que amou sempre a cidade de Porto Alegre a qual adotou, acima de qualquer coisa. Ele está lá imortalizado no seu busto e V. Exa. teve a magnífica idéia de perpetuar o prêmio de jornalismo a Maurício Sirotsky Sobrinho. Me parabenizo com V. Exa. assim como toda a Bancada do PDT nesta Casa.

 

O SR. FREDERICO BARRBOSA: Obrigado, Vereadora. O aparte de V. Exa. honra muito o meu pronunciamento.

 

O Sr. Pedro Ruas: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Frederico Barbosa, parece que a Verª Teresinha Irigaray, com muita propriedade colocou exatamente o sentimento que é de todos nós Vereadores, representante de bancada que têm assento nesta Casa, e neste momento falou por autorização expressa, em meu nome e no do Ver. Adão Eliseu, a meu lado. Gostaria de dizer que a idéia de V. Exa. é feliz, pelo menos em dois sentidos. Primeiro, porque homenageia exatamente uma pessoa merecedora de todas as homenagens. Segundo, porque coloca nos futuros homenageados, aqueles que receberão o prêmio, aqueles que receberão a distinção, uma homenagem também igualitária ao patrono da homenagem. Parabéns a V. Exa., parabéns a idéia, sobremaneira feliz. Obrigado.

 

O SR. FREDERICO BARBOSA: Muito obrigado. O aparte de V. Exa. também honra o meu pronunciamento.

 

O Sr. Kenny Braga: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.) A iniciativa de V. Exa., Ver. Frederico Barbosa, é duplamente importante. Primeiro,  porque traz em sai homenagem alguém que muito trabalhou para viabilizar a possibilidade de que diversos profissionais de imprensa tivessem um mercado de trabalho garantido. E ao mesmo tempo, Vereador, a homenagem de V. Exa. mostra que o jornalismo precisa do Parlamento e o Parlamento precisa de jornalismo. Ambos são necessários um ao outro e ambos trabalham a seu modo para a construção de uma democracia verdadeira, de uma democracia sólida, porque não se consegue democracia sem Parlamento aberto e sem jornalismo atuante. Além da homenagem que se presta à grande figura de Maurício Sirotsky Sobrinho, está-se dizendo, através desta homenagem, que o Legislativo de Porto Alegre reconhece o trabalho profissional desenvolvido pelo jornalista desta Cidade, e ao mesmo tempo os jornalistas reconhecem a importância da Câmara neste processo permanente de construção da democracia em nossa Cidade e no Brasil.

 

O SR. FREDERICO BARBOSA: Muito obrigado, Ver. Kenny Braga. O aparte de V. Exa. é extremamente importante, porque V. Exa. também representa o outro lado; V. Exa. é um brilhante homem público e atua brilhantemente na área do jornalismo e, certamente, reúne, nessas palavras, uma idéia de que é o resumo que nós desejávamos compor nesse Projeto. Acho, e tenho dito publicamente – é uma afirmação pessoal – que jamais teria posto os pés nesta tribuna se não fosse a área da imprensa, porque jamais conseguiria chegar, com a minha mensagem, nos mais longínquos locais se não me entendesse nesse entendimento que V. Exa. diz, de entrosamento entre o homem público em geral e a imprensa, e a imprensa e o homem público. É extremamente importante, principalmente quando é feito com respeito e com dignidade, acima de tudo, e esta é a nossa idéia.

Sr. Presidente, encerro, já ultrapassando o meu tempo, agradecendo a V. Exa. pela cedência do tempo e pela feliz coincidência de que o tempo cedido por V. Exa. é o tempo de quem foi o primeiro a trazer a esta Casa, após outros episódios quando não foi possível que se chegasse à consagração do nome de Maurício, foi V. Exa. quem teve a brilhante idéia. E pode estar absolutamente tranqüilo porque V. Exa. sabe que falo com o coração, que ao lado de V. Exa. hoje, vendo descerrar o busto de Maurício Sirostky Sobrinho, eu sentia a maneira com que V. Exa. deveria estar se sentindo naquele momento. O sol, o calor terrível, parecia que V. Exa. nada disso estava sentindo, V. Exa. estava satisfeito com aquilo que fez que hoje, no meu ato, apoiado por todos os Vereadores, é uma continuação de uma homenagem a um homem que foi brilhante, basta que se mostre e que se leia a “Zero Hora” de hoje que fielmente traz desde o nascimento até a morte de Maurício Sobrinho. Realmente, foi um operário trabalhando a serviço da comunidade e que iniciou quase carregando pedras e terminou a sua vida com uma RBS à disposição de uma comunidade imensa como é a comunidade de Porto Alegre, a comunidade do Rio Grande e a comunidade do Brasil.

Era isto, Srs. Vereadores, Sr. Presidente, na extrema satisfação de ter sido compreendido por meus pares e na certeza de que na tramitação esse Projeto possa, inclusive, Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Ver. Kenny Braga, receber Emendas, ser aprimorado, algumas coisas a mais que podem e que já visualizo. Inclusive, sem querer ser o dono da idéia que a partir de agora está entregue ao Plenário, possa ser recheada, aprimorada, avantajada, quem sabe, como por exemplo um transeunte, uma pessoa, sabendo sobre este Projeto, me questionava sobre o texto e perguntava: por que o texto escolhido não poderá, por exemplo, constar como grande homenagem na transcrição dos Anais desta Casa para sempre? Uma idéia que surgiu e que não quero ser dono de todas as idéias, mas, quem sabe será neste Plenário até alguns acréscimos ao Projeto que, certamente, melhorarão e muito para a nossa aprovação. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Com a palavra, o Ver. Nilton Comin.

 

O SR. NILTON COMIN: Sr. Presidente e Srs. Vereadores. Depois de um longo e tenebroso inverno, uma frase do passado para contrastar com o calor excessivo dos dias atuais eu diria então, depois de um rigoroso verão estou retornando à tribuna desta Casa, regimentalmente, nos faz à vezes distanciado dos microfones da Casa do Povo.

Sr. Presidente e Srs. Vereadores, sempre se disse que o sapateiro não pode ir além das chinelas. E eu volto para chatear às vezes os meu ilustres com o mesmo tema: Saúde Pública. Eu hoje vou falar sobre o lixo sanitário que é um assunto, na minha opinião, da maior importância para a cidade de Porto Alegre. Vou ser sintético, pois muitos dos Srs. Vereadores da Casa conhecem muito bem o assunto. Porto Alegre recolhe 600 toneladas/dia lixo. Das 600 toneladas/dia, Porto Alegre recolhe o lixo hospitalar, recolhe os lixos dos ambulatórios, recolhe o lixo em todas as áreas médicas e eu diria o lixo sanitário da Cidade de Porto Alegre neste total de 600 toneladas, anda aproximadamente em 100 toneladas.

Vejam só, Srs. Vereadores, que dos 42 hospitais existentes nesta Cidade com 10.580 leitos nós temos 20 toneladas e apenas um hospital, a Santa Casa de Misericórdia, sempre pedindo, é a única que possui um incinerador. Ela consegue incinerar 1 tonelada e 200kg/dia. Não pode mais a Cidade de Porto Alegre misturar o lixo doméstico com o lixo sanitário. Para os Srs. Vereadores terem uma idéia, eu fui cauteloso ao abordar este assunto. Eu estou cheio de documentação, pois pedi aos Conselhos Regionais de Medicina, de Farmácia, de Odontologia, de Medicina Veterinária, o número de profissionais desta área. Só médicos tem um número de 6.629 médicos, dando um total de 12 mil profissionais. Todo este material é jogado ao lado do lixo doméstico é o lixo que o porto-alegrense tem.

Recebi e fui honrado com uma carta do mestre em Direito, o Professor do Direito Ambiental da Faculdade de Direito da UNISINOS. Entre outras coisas elogiosas ele diz aqui numa das suas frases: “Na verdade, lei não há, apenas algumas portarias do Ministério da Saúde”.

Eu quero colocar que se não há lei mas existem portarias, eu pedi, ontem, a S. Exa. o Sr. Secretário da Saúde que faça cumprir as portarias nos hospitais de Porto Alegre. Ocorre que o Decreto que criou o Departamento Municipal de Limpeza Urbana, uma das suas finalidades é o recolhimento do lixo nos hospitais ...

 

(O Sr. Frederico Barbosa assume a Presidência.)

 

É uma matéria do maior interesse para os Municípios de Porto Alegre e todo este material agora vai para Comissão de Saúde da Câmara, presidida pelo ilustre colega Aranha Filho, para que ela, através de seus membros discuta o assunto, e traga ao povo de Porto Alegre uma série de alternativas para que se possa fazer uma legislação adequada com muito cuidado para essa Cidade.

Todas as manhãs faço o meu “cooper”, por isso me mantenho em boa forma, e é exatamente neste “cooper” que vejo algumas coisas interessantes na cidade de Porto Alegre;  cedo, às 5h30min ou as 6h da manhã. Onde moro, na Nilo Peçanha, tem duas lixeiras. As lixeiras todas arrebentadas. Mas, o mais degradante, para quem percorre aquilo ali, é ver os munícipes de Porto Alegre se alimentando nas lixeiras públicas. Parece até uma figura de retórica tentando justificar alguma coisa, mas é a grande verdade daquilo que ocorre na cidade de Porto Alegre.

Não pode o lixo doméstico ter o mesmo tratamento que o lixo sanitário, porque então aquilo que se falou da peste suína, se sabe hoje que uma faz versões mais acertadas é que o lixo clandestino que é recolhido pelas camionetas particulares, se sabe hoje, tem uma finalidade, é vendido para as pessoas criadores de porcos. Foi dali que se originou a peste suína. Este lixo tem que ter tratamento diferenciado.

Nobre Ver. Aranha Filho, nós da Comissão de Saúde, ao trazermos esta matéria, vamos trazer, também, com a aquiescência de V. Exa. e aos demais membros dessa Comissão, figuras, como este mestre em Direito, o Secretário da Saúde do Estado, da Saúde do Município, professores da UFRGS, mestres consagrados, porque nós, Vereadores, temos que ajudar o Executivo a dar um tratamento adequado. Uma das sugestões para o debate mais amplo é que o saco do lixo do recolhimento do lixo doméstico não pode ter a mesma cor do lixo sanitário. Veja bem V. Exa. e Srs. Vereadores, onde vai o lixo que sai de um cirurgião dentista. Hoje, ali, na Rua Lucas de Oliveira onde passo diariamente, eu estava observando uma clínica veterinária. Para onde vai o material das clínicas veterinárias?

 

O Sr. Flávio Coulon: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Nilton Comin, tomei conhecimento através de contato com V. Exa. e pelos jornais, dessa brilhantíssima idéia de dar ao lixo sanitário um determinado tipo de embalagem diferente do lixo domiciliar. A minha pergunta, Vereador, é em que ponto está a tratativa, no sentido desse tema ser levado efetivamente adiante.

 

O SR. NILTON COMIN: Todo esse material já está na Comissão de Saúde. A Comissão de Saúde, através do Ver. Aranha Filho, iremos fazer uma Pauta em consonância com todos os membros da Comissão e vamos executar essa Pauta, fazendo convite às autoridades. O grande problema, Ver. Flávio Coulon, é que, não existindo leis neste País mas apenas portarias do Ministério da Saúde, e o mestre em Direito também encontra dificuldades em uma ordenação jurídica para essa matéria. A parte técnica está praticamente encaminhada e vai ser melhor encaminhada pela Comissão de Saúde. O problema é o jurídico, por exemplo, eu não posso apresentar Projeto de Lei, porque eu esbarro em portaria de âmbito federal. Então nós não temos competência.

Assim, nós iremos procurar, na discussão do problema, enquadrá-lo da melhor maneira. Essa semana eu recebi um telefonema de um consultor técnico, um telefonema de São Paulo, desta área, me dando algumas sugestões. O grande problema, o fundamental, seria centrais de incineração na Cidade de Porto Alegre. Se nós pudéssemos ter uma Central de incineração na Zona Norte e outra na Zonal Sul, nós teríamos condições de incinerar todo o lixo. Porque há incineradores fabricados no Brasil. Agora uma fábrica de Santa Cruz do Sul, tem incineradores de ótima qualidade, que incineram em 24 horas de 1 a 2 toneladas, versão menor. Mas o incinerador industrial tem grandes capacidades.

O nosso Presidente da Comissão de Saúde, engenheiro de segurança, sabe como encaminhar essa matéria, que é uma matéria de difícil interpretação. Por quê? A lei do Prefeito Vilella, na época, que delegou ao Departamento Municipal de Limpeza Urbana o recolhimento em hospitais, ela praticamente entrou numa Portaria do Ministério da Saúde que obriga os hospitais a terem incineradores.

 

O Sr. Pedro Ruas: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Nilton Comin, em breve aparte, quero dizer a V. Exa. que determinadas iniciativas não podem ficar apenas no plano legalista da existência da letra fria da Lei sem uma cobrança contínua da sua aplicação. O mérito maior do pronunciamento de V. Exa é justamente colocar uma situação problemática existente que, apesar de já ter ocorrido iniciativa no sentido de haver uma legislação específica a respeito, nós temos uma solução do problema em si. Parabenizo V. Exa. pelo pronunciamento e pela denúncia que faz que me parece de maior importância.

 

O SR. NILTON COMIN: Nobre Ver. Pedro Ruas, nós temos que ter a devida cautela para não sermos afoitos. O que eu posso fazer, eu estou procurando fazer: denunciar e apresentar todas as posições técnicas sobre a matéria. Agora, o encaminhamento deve ser demorado, paciente, cuidadoso, através da Comissão de Saúde com a aquiescência desta Casa para, depois, num debate amplo, nós termos condições de fazer o melhor para a cidade de Porto Alegre.

 

O Sr. Aranha Filho: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Nilton Comin, eu já disse isso a V. Exa. de que sua solicitação terá amplo respaldo da nossa Comissão que, aliás, V. Exa. tão brilhantemente, a vice-preside. Eu diria que o simples incineramento deste lixo hospitalar causa um outro problema que, à primeira vista, nós podemos detectar que é o de poluição ambiental. Então, veja que é bastante complexo este assunto. Nós temos que ir para o terreno das negociações, muitas reuniões, escutar técnicos de todas as áreas a fim de que possamos dar a Porto Alegre uma legislação que possa ser utilizada de fato e não fique apenas no papel.

 

O SR. NILTON COMIN: Exatamente. Para concluir, Sr. Presidente, devo dizer que estou sendo procurado por muitas empresas de incineração que demonstram o seu grau de proteção ao ambiente. Mas nós temos que trazer aqui o Secretário de Saúde do Estado para que, ao lado dos seus técnicos com a Comissão de Saúde do nobre Ver. Aranha Filho, nós tenhamos a melhor solução, o melhor encaminhamento para este problema. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Frederico Barbosa): Com a palavra, o Ver. Lauro Hagemann.

 

O SR. LAURO HAGEMANN: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, no final do ano passado, quando esta Casa apreciou e votou o Orçamento Municipal para o exercício de 88, nós também examinamos e aprovamos a majoração das tarifas dos serviços públicos, taxa de limpeza urbana, o próprio IPTU e, especialmente, o aumento da taxa de água. Na ocasião, a Casa foi sensível ao argumento trazido pelo DMAE, de que uma grande percentagem de usuário da água na Cidade consumia menos do que os 20 metros que constituíam o gasto mínimo estabelecido pela Lei, e a Casa aprovou a redução desses 20 metros cúbicos de água, gastos por domicílio, para 10 metros. Evidentemente que a argumentação do DMAE era no sentido de que mais da metade da população, principalmente a classe operária, gastava não os 20 metros cúbicos, mas sim menos de 20 e até menos de 10. Então o aumento, obviamente, seria menor para estes usuários, que consumiam e consomem menos água, do que aquela tarifa inicialmente prevista. Acontece, Sr. Presidente e Srs. Vereadores, que está começando a chegar ao meu conhecimento uma série de reclamações, relativamente descabidas, num primeiro instante, por parte do DMAE. Infelizmente, eu só tenho em mãos uma conta de água, que me foi trazida por um cidadão de Porto Alegre, que teve uma tarifa mínima paga no valor de Cz$ 270,00, isto relativo ao mês de fevereiro; e, cumulativamente, lhe foi apresentada uma conta complementar de Cz$ 441,00 também relativa ao mês de fevereiro. A especificação da conta não diz excesso mas é presumível que seja. Esta pessoa tem este comprovante. Outras pessoas que me falaram de diversos pontos da Cidade se referem também a estes excessos de consumo de água que estão sendo cobrados muito acima da tarifa mínima, desproporcionais à tarifa mínima. Eu trago este assunto à baila, não porque seja do meu interesse estabelecer um confronto com a administração do DMAE. Se faço este pronunciamento da tribuna, é para solicitar às pessoas que tenham tido esta cobrança majorada, que se dirijam a Câmara Municipal – não precisa ser ao meu Gabinete, pode ser ao Gabinete de qualquer dos Vereadores – para trazer as contas com que foram brindados pela administração do DMAE. E, sobretudo, faço um apelo ao Dr. Petersen, Diretor do DMAE, para que procure averiguar a procedência deste processo, porque, das duas uma: ou a estatística que o DMAE trouxe a esta Casa, dizendo que mais da metade da população, principalmente as classes menos favorecidas, gastavam menos de 10m3 de água por mês, não estava correto, ou então está havendo um descontrole no Setor de Cobranças do DMAE, ou até de aferição dos hidrômetros.

 

O Sr. Flávio Coulon: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Lauro Hagemann, eu acho da mais absoluta importância o chamamento que V. Exa. está fazendo a respeito destas dúvidas sobre as contas do DMAE. Também no meu gabinete tenho recebido algumas reclamações. Nos contatos que tenho feito em alguns setores da Cidade, também tenho ouvido reclamações, mas, por se ter tratado de um verão muito atípico, estou creditando estas reclamações, por enquanto, a um excesso de consumo de água a que as pessoas foram levadas. Mas também estou partilhando das suas preocupações, porque não sei qual foi o posicionamento de V. Exa. com relação a este Projeto, mas me posicionei em cima de dados trazidos pelo DMAE. De modo que me preocupo, porque sou co-partícipe nessa decisão, e também renovo e reforço o apelo de V. Exa. no sentido de que a população seja esclarecida de nos procurar, a fim de que possamos acumular os dados aqui na Câmara para que possamos pedir as devidas explicações ao Secretário Pettersen no momento oportuno.

 

O SR. LAURO HAGEMANN: Quero dizer, em resposta ao aparte do Ver. Coulon, que também eu, como toda a Casa, foi sensibilizado pelos argumentos trazidos pelo DMAE, e acabamos votando, praticamente por unanimidade, a proposta trazida pelo DMAE para o exercício de 88, e agora me sinto na obrigação de responder a estes cidadãos que me procuram, dizendo da sua inconformidade com essa desproporção nas contas de água.

 

O Sr. Artur Zanella: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento do Orador.) Inclusive eu queria trazer outro dado que o DMAE está colocando na imprensa, o Sr. Prefeito também - que é absolutamente inverídico, não digo que não seja verdadeiro, procuro uma palavra mais amena –, quando o DMAE diz que 40-50% da água de Porto Alegre se perde em fuga d’água, isso não é verdade; o que ocorre é que a água que é captada e a água que é cobrada, a diferença entre elas, chega a 40-50%, mas aí se inclui as que não tem hidrômetro, os órgão municipais, a Santa Casa, a água da Câmara de Vereadores, a dos bombeiros, dos hidrantes, bicas públicas, tudo isso entra como se fosse fuga d’água, e isso não é verdade. As entidades não pagam - a Santa Casa, por uma Lei, parece que paga 1m3, então ele alega que é fuga, e não é verdade. Quero deixar bem claro: não é verdade.

 

O SR. LAURO HAGEMANN: Agradeço o aparte de V. Exa. e, para encerrar, Sr. Presidente, Srs. Vereadores, quero chamar a atenção da Presidência da Comissão de Defesa do Consumidor, Ver. Paulo Satte, para que promova o mais breve possível a chamada a esta Casa do Diretor do DMAE para que ele possa nos explicar o que está ocorrendo. Não quero antecipar nenhum julgamento. Mas em face das reclamações que estão surgindo de parte dos mais variados pontos da Cidade, me preocupa o que esteja acontecendo com o DMAE. Eu repito que de uma conta de Cz$ 270,00 para a tarifa mínima, ser apresentada uma conta  complementar  de   Cz$ 441,00, isto me parece que não é normal. Sobretudo, ainda, um outro dado: esta conta foi apresentada ao usuário na sexta-feira, dia 18, e o vencimento foi dia 21, segunda-feira. Está havendo um descompasso mo setor de cobrança do DMAE e principalmente no setor de aferição. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Próximo orador inscrito é o Ver. Kenny Braga, que cede seu tempo ao Ver. Adão Eliseu.

 

O SR. ADÃO ELISEU: Sr. Presidente, Srs. Vereadores. Independente do assunto que me traz a esta tribuna, gostaria de ler um trecho do “Correio do Povo” de hoje, para o Ver. Flávio Coulon, que tão ardentemente defende o seu governo, cujo conteúdo até nem concordo, porque o Governador do Estado tem um passado de lutas e nos momentos de fraqueza diz coisas que não condizem com o seu passado. Mas, de qualquer maneira, talvez por estar fazendo mau governo, não está fazendo o Governo que se esperava, talvez ele tenho tido este momento de lucidez e ter dito que “a minha geração já não tem mais nada para o País”. “Largo a vida pública como a encontrei”, desabafa o Governador. Eu lhe confesso que não concordo com isso: nos momentos difíceis, na luta contra a Ditadura, o Governador apesar de estar fazendo um mau governo, foi um grande político da oposição.

Mas o que me traz à tribuna, acima de tudo, é para no sentido de me engajar juntamente com os Vereadores que estiveram nesta tribuna tratando dos problemas da segurança pública e dos bombeiros em nossa Capital. Antes de mais nada, agradeço ao Ver. Kenny Braga por ter me cedido o seu tempo. Mas, se não bastassem os problemas da segurança pública propriamente dita, nós temos inúmeros problemas com os bombeiros da nossa Capital e do Estado. Há cerca de dois dias o pai do Ver. Pedro Ruas, fazendo o seu “cooper” no Parcão, por sinal, um ambiente onde os ladrões devem freqüentar, porque lá estão os homens que usam belas correntes e bons anéis, foi assaltado. São reflexos da falta de segurança em nossa Capital e em nosso Estado, Vereador. Mas, eu quero me engajar – e também não poderia ser diferente – no trato das questões relacionadas com o Corpo de Bombeiros. Há poucos dias, deu início ao debate, aqui, o Ver. Kenny Braga, mas como eu sou oriundo da Brigada Militar e servi no Corpo de Bombeiros durante nove anos e meio tenho alguns cursos de pós-graduação a respeito da vida bombeirística, eu não poderia deixar de me envolver também nesse assunto, até porque recebi alguns telefonemas de bombeiros antigos e modernos para que eu tratasse do problema. Vejam os Senhores, há poucos dias nós deixamos de aprovar um Projeto de Segurança que instituía a Coordenadoria da Defesa Civil em nosso Município e aprovamos uma Emenda do Ver. Caio Lustosa, que diminuía o efetivo dessa Coordenadoria. A Defesa Civil tem muito a ver com a segurança pública, tem muito a ver com os bombeiros. Se os Senhores tivessem uma idéia do que está acontecendo no Corpo de Bombeiros do Estado que integra a Brigada Militar, os Senhores ficariam preocupados e estarrecidos com o que possa vir por aí em matéria de chuvas, alagamentos, etc. Nós temos em Porto Alegre, Ver. Pedro Ruas, Ver. Zanella, uma escada “Magirus”, uma escada “Magirus” que alcança até o 5º andar, uma escada pequena. Quando o estado efetivo completo de escadas em Porto Alegre deveriam ser 6 escadas. Ontem, dos mais de 100 chamados que recebeu o Corpo de Bombeiros foram atendidos, apenas 56. O Corpo de Bombeiros não teve condições de atender a todos os chamados, inclusive com a morte de uma criança em incêndio. Temos oito autobombas-tanques, em Porto Alegre, quando deveríamos ter no mínimo, 50, 60 autobombas. Nenhum carro para o salvamento, Srs. Vereadores. Lanchas para salvamento, imaginem se vem uma enchente, se vem uma chuvarada que está por vir a todo momento. Hoje não temos lancha para salvamento. A estação fluvial não possui uma lancha para salvamento e nem para combate ao fogo das ilhas do Guaíba e nos barcos, inclusive. Nós deveríamos ter 6 lanchas, no mínimo, possantes capazes de apagar incêndio em qualquer navio que aportasse em nosso Porto aqui em Porto Alegre. Sem contar, Ver. Pedro Ruas, com as dificuldades para o recrutamento de pessoal. Imagina a dificuldade que tem a Brigada Militar para recrutar candidatos para servirem no Corpo de Bombeiros. Ontem no Corpo de Bombeiros, ninguém almoçou, ninguém fez uma refeição regular, normal, ninguém voltou dos incêndios. A verba dotada, para este ano - é uma pena que não esteja aqui nenhum Ver. do PMDB –, votada para ao Corpo de Bombeiros no Rio Grande do Sul para aquisição de material, não para conservação, foi de 50 milhões de cruzados; 50 milhões de cruzados! Para que tenham uma idéia aí dá para comprar duas autobombas, não dá para comprar uma escada mecânica e a situação corre por aí, o Corpo de Bombeiros vai parar, vai fechar, se não tomarmos providências junto ao Governo Municipal, junto ao Governo do Estado, os bombeiros, a exemplo do que possa acontecer com a segurança pública do nosso Estado, vão parar.

 

O Sr. Pedro Ruas: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Adão Eliseu, inicialmente, apenas para frisar o que foi dito na tribuna é estranho que neste momento quando se precisaria apenas de algumas respostas não existe nenhum Vereador do PMDB em Plenário, aliás este fato tem-se repetido com uma assiduidade fantástica. Mas, Vereador, em relação à falta de recursos sobre as providências que V. Exa. reclama, a nível de Município e de Estado, eu tenho informação de que V. Exa. tem um Projeto que tem como objetivo maior justamente dotar de recursos o Corpo de Bombeiros - ou auxiliar de alguma forma para que a segurança da Cidade, com relação aqueles sinistros que são socorridos pelo Corpo de Bombeiros – para que possa ter um melhor aparelhamento, com melhores condições para uso e para atendimento de urgência.

Então, aproveito este momento para questionar V. Exa. com relação ao andamento, à existência ou não deste Projeto quando teremos oportunidade de apreciá-lo, se é que existe.

 

O SR. ADÃO ELISEU: Realmente, Vereador, eu tenho um Projeto que está em estudo, em fase de acabamento em meu gabinete, cujo trabalho vem sendo feito há cerca de dois anos em contatos quase que permanente com o Corpo de Bombeiros. O Projeto, de certa forma, em relação ao público, ao povo contribuinte não é muito simpático, mas poderá sê-lo, a partir do momento em que fizermos o povo compreender que para termos o Corpo de Bombeiros bem aparelhado ele vai ter que pagar um pouco mais. Que se aumentem os tributos. Nós temos um Projeto que estipula a taxa de bombeiros, taxa de prevenção contra incêndios, vamos apresentá-lo. Ele está quase pronto em meu gabinete, precisa ser apenas readaptado ao momento.

 

O Sr. Artur Zanella: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.) Sou daqueles que está entrando na tese defendida pelo Ver. Rafael Santos. Incluo-me entre as pessoas que acham que, para a Secretaria de Segurança, Bombeiros e Militares, não deva haver contribuição. É responsabilidade governamental. Tenho medo de que ocorra o acontecido com Hospital o São Pedro. Tenho aqui uma reportagem: “Simon emocionado desvia o olhar de um interno do Hosp. Psiquiátrico”. O Sr. Governador estava ao lado de um Oficial da Brigada Militar, no dia 26 de junho. No dia 20 de junho de 1987, o Secretário da Saúde havia demitido os funcionários por estarem em excesso. Agora, usa o dinheiro das contribuições para Projetos. A população já paga seus impostos. Suprimam-se outras coisas e para a segurança e bombeiros, os recursos devem vir do Estado, assim como no Município, ele vem do Município. Sou contra qualquer contribuição e campanha desse tipo de auxílio pelo povo. Tenho impressão de que me filio à posição do Ver. Rafael Santos.

 

O SR. ADÃO ELISEU: Trago uma série de projetos onde todas capitais do Brasil instituíram a taxa de bombeiros. Realmente, é um trabalho caro. Vejam, uma escada “Magirus” custa oitenta milhões de cruzados. O povo, em todas as capitais, institui a taxa, assim como todas as cidades do interior do nosso Estado, aqui, no Rio Grande do Sul. Elas estão pagando para ter bombeiros. Felizmente, adentra ao Plenário um Vereador que tem muita sensibilidade sobre o assunto. Certamente está fazendo um estudo sobre o assunto bombeirístico no sentido de melhorar as condições aos bombeiros gaúchos. Obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Próxima oradora inscrita é a Verª Jussara Cony, que cede seu tempo ao Ver. Pedro Ruas.

 

O SR. PEDRO RUAS: Sr. Presidente e Srs. Vereadores. Gostaria, inicialmente, de parabenizar o PMDB que agora tem um Vereador em Plenário.

Agora, Ver. Adão Eliseu, gostaria, antes de entrar no assunto que me trouxe à tribuna, dizer que me parece de todo meritório o projeto de V. Exa. e não podemos fugir da realidade que aí está. Se há necessidade de recursos para o Corpo de Bombeiros, isto independe da irresponsabilidade do Governo Estadual, que tem, segundo o Ver. Artur Zanella, vinte milhões de cruzados aplicados no “over” e no “open-market”. Poderia haver, isto sim, um controle da destinação destes recursos para que eles realmente fossem aplicados para a segurança pública, e em especial, o Corpo de Bombeiros do Estado.

 

O Sr. Adão Eliseu: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.) É interessante quando se prega uma idéia, que ela surge, como todas as coisas nesta vida, tem que passar por uma série de provas, nós também somos assim, fortes ou fracos, se formos fortes iremos adiante, senão ficaremos para trás. A idéia está lançada e quando se lança uma idéia como esta, Ver. Pedro Ruas, e estou respondendo ao Ver. Artur Zanella com este aparte que V. Exa. me cede, pois temos em mente a criatura humana, o ser humano. Toda a vez que ocorre um grande incêndio em Porto Alegre nós nos preocupamos com os seres humanos que perecem, mas quando acalma, na volta, nos esquecemos. É a minha preocupação como velho bombeiro que fui, a pessoa humana. Não me interessa se o Governo tem ou não tem recursos, se tem não usa, ou se usa pouco, mas o povo deve participar também, se quer uma melhor política no Corpo de Bombeiros, tem que pagar um pouco mais.

 

O Sr. Aranha Filho: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.) Nobre Vereador, por incrível que pareça, está na tribuna o Ver. Adão Eliseu, justamente falando no problema de prevenção de incêndios e a falta de equipamentos para o Corpo de Bombeiros, e, eu estava em meu gabinete, exatamente, tratando de algo similar, que é um pedido dos funcionários da Casa para que sejam instalados, em torno do nosso prédio, hidrantes, principalmente visando incêndios, queimadas nos matos e é uma realidade, com essa seca que anda por aí, os problemas são homéricos e isso nós estamos vendo, inclusive o Corpo de Bombeiros com saídas diárias e até duas ou três por hora para atender princípios de incêndios em matos.

Mas, realmente, o Vereador está estudando e é por isto que eu digo que estamos estudando separadamente, mas acredito que iremos encontrar, senão o ideal, algo muito parecido para o bem da Cidade de Porto Alegre, se é taxa ou fundo, não interessa. O que interessa é que Porto Alegre tenha condições de combater os incêndios.

Agora, o problema da paternidade, sinceramente, de quem é a Lei, ou quem ofereceu a Lei, não me traz grandes alegrias neste sentido, o problema é ver a nossa Cidade pronta para combater esses sinistros e eu diria: Deus é brasileiro, é gaúcho e principalmente porto-alegrense.

 

O SR. PEDRO RUAS: Sou grato pelos apartes de V. Exas. e digo que, justamente, foram dados por pessoas que tem vivência e conhecimento técnico do assunto, como os Vereadores Adão Eliseu e Aranha Filho.

Mas, Sr. Presidente, Srs. Vereadores, nos últimos dias, este Vereador tem recebido de várias cidade do País - Rio de Janeiro, São Paulo, Recife, São Luiz do Maranhão, Curitiba - pedidos de Vereadores daquelas Cidades, pedidos de cópias da Lei do Troco. E esses Vereadores têm – segundo informam os jornais - inclusive no Rio Grande do Sul, em São Borja e Caxias do Sul, apresentado o mesmo Projeto e em Caxias do Sul já é Lei, segundo informações recente que recebemos. E, agora, em recorte recente do “Diário Catarinense” existe a manchete de que sem troco o usuário não precisa pagar a passagem. Decreto do Prefeito de Florianópolis, Dr. Édson Andrino, permite que passageiro de ônibus urbano faça a viagem de graça caso a empresa não tenha dinheiro para a devolução do troco. Já é lei também em Florianópolis.

Gostaria de chamar a atenção, em especial, do Ver. Flávio Coulon, que por várias vezes elogiamos o Partido de V. Exa. e membros do partido de V. Exa. e, no dia de hoje, me parece que cabe mais um elogio a um Dep. Estadual do PMDB aqui do Estado do Rio Grande do Sul, o Dep. Sérgio Zambiazi apresentou, há 2 dias atrás, Projeto na Assembléia Legislativa, que institui a Lei do Troco para os ônibus de transporte intermunicipal na Grande Porto Alegre. Conversei pessoalmente com S. Exa. o Deputado Zambiazi que de posse de vários relatórios de queixas de usuários, apresentou Projeto na Assembléia exatamente com o mesmo teor do que nós aprovamos aqui nesta Casa. Então, aproveito esse momento de período de Comunicação que nos cedeu gentilmente a Verª Jussara Cony, para fazer de público esse elogio ao Dep. Sérgio Zambiasi, que mostra, na prática, que tem efetivamente compromisso com suas bases eleitorais, que lhe deram uma cadeira na Assembléia Legislativa.

Mas, Sr. Presidente, Srs. Vereadores, nas dificuldades que toda a administração pública enfrenta, quando pretende corresponder aos anseios de quem lhes outorgou um mandato popular, existe, basicamente, a questão de segurança do cidadão como um dos itens principais. Ao lado do qual, porém, existem necessidades básicas e elementares como são a educação, a saúde, o transporte e assim por diante. São esses, basicamente, os interesse maiores que devem ter os governantes em atender. E são interesses esses que nós não vemos jamais, Sr. Presidente e Srs. Vereadores, o Governo central do nosso País preocupado. Vejam V. Exas. que se fizermos um apanhado de matérias e pronunciamentos publicados na imprensa a respeito da posição do Sr. Presidente José Sarney, das preocupações do Sr. Presidente, das preocupações dos Srs. Ministros do Estado, nós teremos, basicamente, preocupações em relação a duração de mandato, em relação a forma do Governo, em relação a tributos, mas, jamais, uma idéia, um projeto, um questionamento sobre as necessidades vitais da nossa população. Não se vê jamais, naquela famosa “conversa ao pé do Rádio” do Sr. Presidente José Sarney qualquer preocupação, e aqui se abre aspas, qualquer preocupação com o chamado “tudo pelo social”. Ao que me parece, é tudo pelo poder, porque de social não tem nada. Não há um projeto, não há um questionamento, não há um pronunciamento onde se tenha, pelo menos, uma idéia de se realizar algo para a população do Brasil. Existe sempre, de um lado, ou a queixa de que é incompreendido, ou, então, projetos de continuísmo no poder, projetos que, acima de tudo, visem à manutenção dos privilégios dos que já os ostentam. Eu gostaria de frisar que este chavão, que nós nos acostumamos a ver nos jornais, nas televisões e nas rádios, “tudo pelo social”, entre aspas, é uma das maiores mentiras e falsidades impostas ao povo brasileiro nos últimos anos.

 

O Sr. Jorge Goularte: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.) Eu só queria fazer uma colocação, deve ser um erro de grafia, é “tudo para o social”.

 

O SR. PEDRO RUAS: Talvez V. Exa. tenha razão. Concluo, Sr. Presidente, dizendo que a nós, homens públicos, cabe a tarefa e a obrigação de denunciar que este Governo que aí está não tem nenhum compromisso com o social. Pelo contrário, utiliza sempre, o estômago, o suor, o trabalho, o sofrimento do povo brasileiro para fazer demagogias e promessas que jamais são cumpridas e, acima de tudo, para se dedicar em tempo integral a elaborar formas de se manter no poder com seus privilégios. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Lauro Hagemann): Encerrado o período de Comunicações.

Com a palavra, o ver. Adão Eliseu, em tempo de Liderança.

 

O SR. ADÃO ELISEU: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, o que me traz à tribuna é um assunto mais ameno, mais agradável. Ontem, o Prof. Dante de Laytano completou 80 anos de idade. Oitenta anos de trabalho profícuo em torno da cultura, e não se poderia dizer da cultura rio-grandense, e sim da cultura, enfim, da cultura como um todo, porque esta não possui Partido, nem região, nem localidade, é geral. E eu quero valer-me - e nada melhor do que isto eu poderia fazer - da crônica publicada ontem no Jornal “Zero Hora”, pelo Jornalista Sérgio da Costa Franco, e que diz o seguinte: (Lê.)

“Mestre Dante de Laytano está fazendo hoje 80 anos muito bem vividos. Um jantar de amigos vai celebrar a data, mas eu estarei ausente, que, na mesma hora, sou obrigado a participar do lançamento oficial de um livro de minha autoria.

Mas nada impede que registre aqui nesta coluna o grande apreço que toda Porto Alegre dedica a esse filho ilustre, devotado e incansável trabalhador de cultura. Não se trata de declaração formal e de elogio bajulatório.

A atividade constante do Professor Laytano, nas mais diversas esferas da cultura, é fato documentado na memória coletiva, nas bibliografias, na crônica da Universidade e outros estabelecimentos de ensino, no retrospecto das editoras e das instituições culturais, nos jornais e nas revistas.

Tenho em mãos uma revista “Máscara”, de fevereiro de 1927, onde já aparece uma foto juvenil de Dante de Laytano (ele não teria senão 18 anos, à época), apontando-o como o iniciador da secção especializada de Cinema. E não era esse o primeiro passo de sua carreira. Vejo por sua bibliografia, no ano de 1926 ele já tinha escrito uma comédia, representada por um grupo de amadores teatrais. O que foi, a partir de então a sua incessante atividade, não cabe no espaço desta coluna, nem mesmo num prodígio de síntese. Pesquisador de história e de antropologia, cronista, ensaísta, promotor público durante alguns anos, diretor de jornal, professor universitário, líder de clubes de serviços, infatigável editor de revistas culturais, dínamo de todas as instituições a que adere, Mestre Dante de Laytano tem sido, ao longo do tempo, o mais perfeito modelo de agitador da cultura. E tudo isso com muita cordialidade, muita jovialidade e nenhum pedantismo.

Vale a pena chegar assim aos 80 anos, cercada da estima da comunidade e da gratidão dos ex-alunos e confrades. E ungido pela suprema graça do bom humor e da inteligência.”

Esta, Srs. Vereadores, é a modesta homenagem que fazemos desta tribuna, nesta Casa do Povo, pelo reconhecimento que temos por tudo o que tem feito pela cultura o Professor Dante de Laytano. Um homem que levou sua vida toda envolvida com as coisas que preocupa a criatura humana, porque, lá nos recônditos do nosso ser, há coisas que, só a arte, só a cultura de um modo geral poderão trazer à luz. Se não vasculharmos o nosso inconsciente, se não buscarmos, lá no nosso interior, através da leitura, através do debate, através do papo amigo na esquina, na praça, nos clubes literários, jamais, de forma alguma, teremos condições de evoluir, de progredir. Dizia um sábio de cujo nome não me lembro, que temos visto muitos reacionários em todos os momentos da história. Jamais vimos um homem público, um poeta, um pregador da cultura na retaguarda, sempre na vanguarda das inquietações humanas. Repito, Srs. Vereadores, é modesta a nossa homenagem ao Professor Dante de Laytano. Mas fica aqui, na Casa do Povo, a modesta homenagem, tendo como base um material literário publicado na “Zero Hora”, de ontem, que levou a assinatura do Professor, Escritor, Jornalista e Promotor Sérgio da Costa Franco que, por sinal, é um companheiro de lutas partidárias de longa data. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Em Comunicação de Líder, pelo PDS, Ver. Hermes Dutra.

 

O SR. HERMES DUTRA: Sr. Presidente e Srs. Vereadores. Queria fazer um elogio, pasmem V. Exas., ao Governo Federal, é pasmem V. Exas. Nos jornais de hoje, V. Exa. vai se solidarizar comigo, Ver. Pedro Ruas, traz a notícia de que o Governo Federal proibiu as escolas particulares de cobrarem mensalidades na base da OTN. Acho que é uma medida muito adequada, porque não me filio à corrente de que os colégios particulares não podem aumentar as mensalidades, claro que eles têm que aumentar, pois precisam aumentar os professores mensalmente pela URP, e a mensalidade tem que aumentar, não podemos ser hipócritas. Agora, daí a querer otenizar os pagamentos, e não otenizar a remuneração, é um pouco de cara-de-pau das escolas, quer dizer, cobram em OTNs com a desculpa de que tem que pagar os professores mensalmente, só que o aumento dos professores é feito pela URP. Então, noticia-se que, ontem, o Ministro da Educação reunido com a Federação Nacional das Escolas, houve um acordo, em que o Governo vai editar um decreto, proibindo e permitindo a cobrança através da URP, que me parece, pelo menos, se não o mais justo, relativamente justo o aumento mensal, porque as escolas têm que transferir para os professores esta importância. Isso adquire uma dimensão especial, tendo em vista o verdadeiro horror que se transformou o ensino no RS, e em particular, e que nos interessa, em Porto Alegre, onde nenhum pai mais confia. Tenho recebido notícias em meu gabinete, e não devo ser o monopolista destas visitas, acho que os companheiros também recebem de pais cuja renda mal daria para cobrir as despesas de material escolar num colégio público, mas que, no desespero de verem o seu filho instruído, chegam ao supremo sacrifício e vão colocá-lo num colégio particular, retirando até mesmo da sua subsistência a verba para poder mantê-lo. Então, há esta fila de pedintes que é vexatória atrás desta mísera verba que cada Vereador tem para tentar pagar ou tentar minorar o sofrimento e um ou de outro, porque se dissesse de muitos estaria exagerando. É lamentável que a escola pública no Rio Grande Sul tenha chegado a este nível de descrédito.

Eu também não quero dizer que a culpa é única e exclusiva do governo que aí está. Mas o dever com a verdade me obriga a dizer que este governo aí enterrou de vez o ensino público. E até acredito nas boas intenções do Dr. Bernardo – pasmem, outra vez, eu acredito. Só que o estrago que ele está fazendo talvez o seu neto quando for político e se tornar Secretário da Educação, irá conseguir desmanchar o rolo em que virou a educação pública no Rio Grande do Sul. Isto faz com que, então, haja esta fuga para as escolas particulares que eu não vejo naquela ótica de que estão engordando as escolas particulares: estão, isto sim, sacrificando pais que não podem pagar mensalidades, mas que, no desespero de darem a seu filho o que não tiveram estão colocando em escolas particulares.

Esta ação é tão grave que as escolas em Porto Alegre não tem mais vagas. Há pais que estão colocando os filhos em escolas particulares na Grande Porto Alegre, o que lhe acarretará uma despesa diária de transporte igual ou talvez até maior do que o custo da mensalidade escolar. Mas é o desespero do pai que quer ver o seu filho instruído. Que triste obra está nos legando o PMDB. Tomara eu esteja enganado, que seja uma obra boa e eu da minha visão de oposicionista não esteja, quem sabe, conseguindo enxergar longe os objetivos da política peemedebista na educação do Rio Grande. Mas é isso que estamos, lamentavelmente assistindo.

Antes de encerrar, Sr. Presidente, abusaria da bondade da Mesa para reclamar, pela enésima vez, pela falta de solução que a Prefeitura Municipal dá no problema de iluminação pública. Eu já estou rouco, Sr. Presidente, de tanto solicitar soluções adequadas para esse problema. Sou testemunha até do empenho que o Ver. Wilton Araújo faz para atender às solicitações, é muito atencioso quando telefonamos, mas eu me sinto constrangido, Sr. Presidente, de cada vez que preciso resolver o problema de uma lâmpada, telefonar para o Secretário. Acho que o Secretário ganha dinheiro demais por mês, e nós também, para estarmos gastando tempo em solicitar a reposição de uma lâmpada ao Secretário Municipal de Obras. Porque ora não tem lâmpada, ora a equipe que faz a manutenção não consegue, etc. Então, o Prefeito Alceu Collares este ano, num programa de televisão, prometeu que este ano seria o ano da iluminação e ele, efetivamente, deve destinar recursos à Secretaria de Obras, ponha dinheiro na SMOV, porque sem dinheiro não se faz nada. Quem sabe ele diminui a propaganda da Semana de Porto Alegre, dos CIEMs, na televisão, em horário nobre. Quantas lâmpadas daria para serem colocadas nas escuras ruas de Porto Alegre com uma única propaganda daquelas no horário nobre da televisão Gaúcha, por exemplo. O Secretário Wilton Araújo precisa é de recursos, de dinheiro, de verbas, de moeda sonante para comprar lâmpadas. Eu apelaria ao Sr. Prefeito que reduzisse em 50% a propaganda que está fazendo e destinasse isso para as lâmpadas, para que o PDT não diga que a gente não dá soluções, nobre Ver. Adão Eliseu. O problema da SMOV é dinheiro, pois sem dinheiro, não pode fazer nada. A informação de que falta recursos me foi dada pela própria SMOV, Ver. Adão Eliseu. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Para uma Comunicação de Liderança, com a palavra, o Ver. Flávio Coulon, pelo PMDB.

 

O SR. FLÁVIO COULON: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, eu não ia ocupar o tempo de Liderança, mas como o Ver. Hermes Dutra trouxe vários temas interessantes, me animei a vir à tribuna. Em primeiro lugar, Ver. Hermes Dutra, eu partilho da mesma tese de V. Exa., faço até uma posição mais objetiva.

Esta última edição do Jornal Kronika, por exemplo 20 mil exemplares, deve ter tido um custo. Eu não quero que ele deixe de fazer todo o jornal comemorando o aniversário da abertura. Não. Mas o que nós gastamos nesses 20 mil exemplares, vamos gastar em lâmpadas. É uma belíssima idéia. Aliás, sobre lâmpadas eu breve trarei uma grande novidade a respeito de lâmpadas: Departamento de Iluminação. Aguardem V. Exa.

Mas o Ver. Hermes Dutra falou também sobre a Educação e eu vim a esta tribuna fazer um apelo à Administração Alceu Collares no sentido de que quando forem inaugurar suas obras, ao obrigarem as criancinhas a ficarem em pé, abanando e cantando, se preocupassem em deixar essas crianças na sombra, porque ontem, numa inauguração, dois escolares desmaiaram. Coitadinhas das crianças, desmaiaram de calor ontem durante a inauguração de obras da Escola Municipal de 1º Grau Nª S ª de Fátima. Os escolares aguardaram 20 minutos pela chegada do Prefeito Alceu Collares e da Secretaria Neuza Canabarro. Depois permaneceram pouco mais de 10 minutos ouvindo os discursos das autoridades, destes, proferidos à sombra.

Então, o que eu quero propor é o seguinte: vamos deixar as crianças à sombra e vamos fazer os discursos no sol. Não era mais razoável: colocaram as crianças no sol esperando que o Prefeito Collares e a Secretária Neuza chegassem. Aí, eles chegam atrasados e discursam à sombra. A minha proposição em defesa da saúde das crianças que desmaiaram é que se faça o inverso, as crianças esperam o Prefeito à sombra e o Prefeito discursa no sol.

Outra coisa que eu queria também salientar é sobre uma notícia no jornal de hoje no “Correio do Povo”: “Escola Levanta a Sua Própria Interdição”.

Vejam lá: os pais e os professores estão se apercebendo da demagogia que representou essas interdições nas escolas. E a incompetência de nosso ilustre Secretário Wilton de Araújo em desinterditar as escolas. Quer dizer, ontem ele não foi lá, a escola já estava pronta mas neste conluio - Collares, Associação de Círculo de Pais e Mestres e Professores - onde a exploração política, típica dos políticos de baixo nível fica desmascarada: os pais desinterditaram, botaram as placas abaixo e fizeram seus filhos terem aula. Aliás, volta a repetir, lamento que a amizade do Gov. Simon pelo Sr. Prefeito Collares vá ao ponto de ele respeitar as interdições puramente políticas. Já tive ocasião de dizer ao Governador que temos um Parecer de Procuradoria-Geral do Estado afirmando que as interdições são ilegais. O que deveríamos fazer é jogar as placas no chão e pisá-las, é politicagem rasteira para conquistar votos. Os pais estão se percebendo que estão sendo usados e estão desinterditando as escolas. Interditaram e não querem reconhecer que os trabalhos já foram feitos. Ou seja, querem ver o circo pegar fogo, mas não vão conseguir.

Em relação ao QPE, já estamos colocando ao Sr. Secretário de Educação. Agora, os mesmos que vêm reclamar, que não fazemos nada, são os votos que vêm dizer que estamos fazendo uma revolução na educação. Ou seja, os demagogos pedetistas, naquela velha escola do “aiatolá-brizola”, de ganhar no grito e na conversa, querem faturar quando fazemos e quando não fazemos. Conheço isso, não é por nada que Brizola será um eterno aspirante à presidência da República e isso há quarenta anos, mas ele vai chegar lá, se não morrer nos próximos 50 anos.

 

O SR. PRESIDENTE: Com a palavra, o Ver. Jorge Goularte, que desiste.

Nada mais havendo a tratar, estão encerrados os trabalhos.

 

(Levanta-se a Sessão às 16h02min.)

 

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